sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A falta de animo para escrever

As vezes o cansaço pesa. Estou muito tempo sem postar nada. Na verdade nada me fazia comentar e olha que muitas coisas aconteceram.

 

Jogo mediocre da seleção, convocação da gurizada e reta final do Brasileirão.

 

Sobre a seleção, mesmo muito atrasado posso dizer de forma sintética que o jogo parece filme de terror B. Horrível. Uma das coisas mais medonhas que vi nos ultimos tempos. Pior é ouvir que Josué salvou a seleção, porque cheguei a ouvir isso. Será que é tão dificil entender que um pouco de lucidez, melhor marcação e menor distancia entre as áreas do campo já era o bastante? E a culpa cai sobre o trio fantastico, que não tem nada de fantástico.

 

Filme B com grande orçamento, bons jogadores, boa estrutura e diretor mediocre. Ainda bem que a terceira opção pro ataque foi a melhor. Luis Fabiano foi o camisa 9. Enfim um nessa seleção. Mas para o proximo ano será que terei que torcer para um urso siberiano atacar o Wagner Love?

 

O lado bom é que após um soco mal dado, o senhor Luis Felipe Scolari não possui mais o mesmo prestigio de outrora nas terras lusitanas.

 

Mas na verdade o que realmente me intriga é tentar entender o que se passa na cabeça de nosso estimado amigo da Branca de Neve. Admito que ver futebol sob um angulo diferente do plano superior que temos, como espectadores, vendo da arquibancada ou pela TV não é simples. Mas se não aguenta, porque veio?

 

Enfim, ver a seleção me tirou qualquer animo. STJD, arbitragem e afins trataram de enterrar o resto.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

É hoje que as esperanças se definem

Hoje obviamente é um dia de grande importância para mim. Palmeiras entra em campo sem Valdivia em busca da Libertadores.

 

Ganhando vai para 58 pontos, empata com o Flamengo, passa o Cruzeiro, se distancia de Grêmio e cola no Santos.

 

E hoje fecha a rodada.

 

Uma rodada até então de grandes frustrações para Grêmio e Cruzeiro, que buscam a Libertadores.

 

Cruzeiro queimou suas gorduras mas consegue surpreender em partidas perfeitas tal qual a jogada contra o Flamengo. Com uma possivel vitória palmeirense nesta noite ficará fora de tão desejado G4. Tem time e velocidade para se classificar, além de 3 pontos garantidos na ultima rodada contra o América-RN.

 

O Santos não chegou a assustar o Flamengo e eu sou obrigado a me redimir de qualquer crítica feita a Joel Santana. Neste jogo mostrou a ousadia necessária para buscar a vitória. Sacou Toró e Jailton para entrada de Obina e Roger. Deu certo, o resultado veio rápido e sem muito tempo para qualquer resposta santista.

 

Mas mesmo com a derrota o Santos está calmo e confiante. Para mim já tem a vaga garantida.

 

E o Grêmio? Este precisará de mais um milagre tal qual os dos Aflitos para se classificar. O clima é de desmanche, algo totalmente contrário a luta pela Libertadores. Saja, Diego Souza, Marcel e até Mano Menezes tem sua saída comentada na imprensa. Podem ser apenas noticias mas não me iludo com estas mas sei que se a mentalidade coletiva fosse a vaga as noticias seriam outras.

 

Ou seja, para mim neste momento as vagas são de São Paulo, Santos, Flamengo e mais um. Lutam pela ultima vaga Cruzeiro e Palmeiras. Como time sou mais Cruzeiro, como folego sou mais Palmeiras.

 

Hoje a noite as esperanças se definem.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Fechou a rodada

Ontem a rodada foi finalizada. Tem história para quase todos os times. Acredito que hoje há somente o Fluminense totalmente a deriva.

 

O Inter se colocou a deriva, fuga do rebaixamento e férias antecipadas. Tem gente festejando e gremista resmungando. Irônico vai ser gremista torcendo para o colorado. É a vida pregando peças.

 

Com Cruzeiro e Palmeiras pela frente o Internacional tem a chance de tirar o Grêmio da Libertadores. O problema é Nilmar deixar.

 

Nilmar voltou de cirurgia voando. Num jogo chuvoso encarou o Vasco, ambos sem grandes espectativas mas nesse dia Nilmar fez ventar forte em São Januário, parceiro. E ainda ouvi gente reclamando dos gols que ele perdeu.

 

A disputa no Rio agora é quem fica com menos pontos. Vasco desencontrado e Botafogo empatando com América-RN. Não merecia ter empatado, mas até isso só acontece com o Botafogo, empatar com o lanterna e rebaixado.

 

E falando em rebaixamento um empate no final foi o bastante para tirar momentaneamente o Corinthians da zona. Se Finazzi como jogador é um bom engenheiro ao menos na hora que precisa ele tem marcado. Não é nem de perto um craque mas pode ser lembrado com carinho pela Fiel ao final do campeonato.

 

Falando de jogador do Timão, penso que se Vampeta é um “otário sem sorte” ao menos a “sorte” de conhecer muito bem o peso da amarelinha este já teve em compensação o carissimo Souza deveria se preocupar em jogar na mesma medida que consegue falar, ai sim poderia desfrutar da mesma sorte.

 

Mas nesse final de rodada a “sorte” foi para o lado de Souza, mesmo que por meios um tanto estranhos. Com a segunda vitória seguida do Juventude este pode acordar para a vida e incomodar o sono corinthiano. Está longe para apenas 3 rodadas mas qualquer minuto de sono corinthiano perdido já é um bom lucro.

 

Perder para a turma do fundão virou sina para o Palmeiras, mesmo com Valdivia tropeçou para o Sport. Justamente com falhas de um grande zagueiro, Gustavo. A Libertadores só não ficou longe porque o Cruzeiro ressurgiu, justamente contra o Flamengo, que também luta pela vaga.

 

O Cruzeiro acabou com o Flamengo. Não deu chance ao embalado time da Gávea. Até as laterais, grande arma rubro-negra, não funcionaram com Juan substituido por Roger.

 

O susto só não foi maior porque em casa o Grêmio tratou de perder para o Figueirense. Se o Palmeiras tem balançado na reta final, o mesmo pode se falar do Grêmio. Agora pega o São Paulo campeão porém nem um pouco afim de ver o seu algoz de Libertadores novamente no seu caminho em busca da América. Valdivia deve ter ocupado demais as atenções do tricolor gaúcho.

 

O mais seguro na busca pela Libertadores é o Santos. O empate não foi o melhor resultado sendo este conquistado na Vila Famosa. Mas foi só sentar na frente da TV para ver Palmeiras, Grêmio e Flamengo patinando que o resultado pareceu muito melhor que o esperado. Pensar que neste ano achei equivocada a declaração de Luxemburgo que dizia que o Santos lutaria pelo titulo quando este figurava nas ultimas posições. É isso que dá duvidar de Luxemburgo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Copa União 1987

Reportagem muito interessante da revista "Trivela" sobre o surgimento do "Clube do Treze" e a realização da Copa União de 1987. Vou colocar na integra e respeitar as fontes

 

Crise, revolução e traição - 05 de Novembro de 2007

 

Com o testemunho de 122.001 torcedores que lotavam o Maracanã no fim da tarde de 19 de julho de 1992, o Flamengo empatou em 2 a 2 com o Botafogo e conquistou o Brasileirão. Para o clube, era seu quinto campeonato nacional. Por isso, o capitão rubro-negro Júnior ergueu a Copa Brasil como se tomasse posse definitiva do troféu. Para a CBF, porém, era apenas o quarto título flamenguista e a taça continuaria à espera do primeiro pentacampeão nacional. Diante do impasse, a famosa peça de bolinhas criada pelo artista Maurício Salgueiro foi tirada de circulação e até hoje não tem dono.

A falta de um destino para esse troféu parece uma questão menor, mas dá um bom sinal de como as autoridades até hoje não equacionaram a disputa entre Flamengo e Sport para definir o campeão brasileiro de 1987. Uma história que muitas vezes é reduzida à validade de um cruzamento entre os melhores do Módulo Verde (formado pelos grandes clubes) com o do Amarelo, mas que envolveu briga política, mudança de regulamentos e até traição.

Capítulo 1: CBF em crise institucional
Na metade da década de 1980, já não havia mais condições de manter os Brasileirões inchados, com até 94 participantes. A própria CBF determinou que, em 1987, o campeonato seria reduzido para 24 clubes, definidos pelas posições na segunda fase do torneio no ano anterior. Seria simples, se os problemas não começassem ainda na Copa Brasil 1986.

No final da primeira fase, o Joinville pediu os pontos do empate em 1 a 1 com o Sergipe alegando que um jogador do adversário foi pego no exame antidoping. O CND (Conselho Nacional de Desportos) contrariou a CBF e determinou que os catarinenses tinham a vitória, o que agradou ao então ministro da educação Jorge Bornhausen. A decisão, porém, tiraria da segunda fase o Vasco. A confederação ainda envolveu a Portuguesa na discussão e, para agradar a todos, nenhum desses três clube foi eliminado. Pior, sob influência do chefe da Casa Civil, o pernambucano Marco Maciel, foram abertas mais três vagas na segunda fase, o que beneficiou Náutico, Santa Cruz e Sobradinho-DF.

A falta de autoridade da CBF para impor suas decisões não era gratuita. A entidade vivia grande confusão administrativa desde a eleição à presidência da entidade no início de 1986. Nabi Abi Chedid e Medrado Dias eram os candidatos e havia a expectativa de empate. Se isso ocorresse, Dias seria eleito pelo critério de idade. Assim, momentos antes da votação, Nabi inverteu a chapa com seu vice Octávio Pinto Guimarães, mais velho que o concorrente. Guimarães venceu por um voto e assumiu a presidência da CBF.

Esperava-se que Guimarães fosse presidente apenas formalmente, pois o comando seria de Nabi. “Cheguei a participar de uma reunião que discutiu se Guimarães deveria renunciar meses depois de assumir”, revela Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo na época, em entrevista à Trivela. Isso não ocorreu e o presidente eleito resolveu fazer valer seu poder, o que desagradou o vice. Sem comando forte, o poder da CBF se deteriorou rapidamente. Os reveses se acumulavam – incluindo a derrota para Estados Unidos e Marrocos na concorrência para sediar a Copa de 1994 – e até a situação financeira da entidade era delicada.

Capítulo 2: nasce o Clube dos 13


Enquanto a CBF estava à deriva, os clubes já se organizavam para fazerem valer seus interesses. No caso, a maior preocupação era fazer lobby para incluir na pauta da Assembléia Constituinte – que se formaria em 1988 – um artigo que lhes desse autonomia de organização e funcionamento. A campanha foi bem sucedida e a união de clubes ganhou força. Em abril, Flamengo e São Paulo se negaram a ceder seus jogadores para uma excursão da Seleção Brasileira à Europa e tiveram respaldo do CND. Márcio Braga, presidente do Flamengo na época, saiu da reunião que anulou a convocação da Seleção dizendo, triunfante, que era o “fim do autoritarismo no futebol brasileiro”.

Em junho de 1987, Octávio Pinto Guimarães anunciou: “a CBF não tem condições de organizar o Campeonato Brasileiro deste ano”. O motivo era a falta de dinheiro para arcar com as viagens dos times e outras despesas da competição. Sob o risco de ficar sem a competição que já era a mais importante do calendário, os grandes clubes resolveram tomar as rédeas da situação. “Liguei para o Nabi e perguntei se era sério o que o Octávio falava. Ele disse que era e ‘deu a bênção’ para que organizássemos o campeonato se quiséssemos”, conta Aidar.

O dirigente são-paulino propôs a comandantes de outros times tradicionais a formação de uma associação de clubes para organizar o Brasileirão. Foram convidadas as equipes mais tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Para evitar o rótulo de elitista, também foi convidado um representante do Nordeste, o Bahia. Assim, surgiu a União dos Grandes Clubes Brasileiros, conhecida como Clube dos 13. O presidente são-paulino passou a comandar também a associação.

Capítulo 3: a Copa União ganha forma


Quando foi formatado o novo Campeonato Brasileiro, a intenção foi transfornar a competição em um grande produto para o mercado. O principal atrativo era haver apenas confrontos entre clubes de grande torcida. Por isso, não houve critérios técnicos para a definição dos participantes. Guarani e América-RJ, pela ordem, vice-campeão e semifinalista no ano anterior, foram preteridos. “Nossa idéia era romper os vínculos com modelo antigo do torneio, começar uma nova história”, comenta Márcio Braga, presidente do Flamengo. “Priorizamos os clubes que viabilizariam financeiramente uma competição à beira da falência”, acrescenta.

Ainda assim, o Clube dos 13 contava com o apoio da CBF. “A única exigência da entidade para oficializar nosso Campeonato Brasileiro foi a inclusão de mais três clubes de outros Estados”, comenta Aidar. Assim, foram chamados Coritiba, Santa Cruz e Goiás, clubes mais populares e donos de melhor histórico nacional entre paranaenses, pernambucanos e goianos na época. Novamente, não se podia falar em critérios técnicos, pois o Coritiba não era campeão paranaense (perdera o título para o Pinheiros) e fora 43º na Copa Brasil de 1986.

Com participantes definidos, o Clube dos 13 correu atrás de apoio financeiro. João Henrique Areias e Celso Grellet, diretores de marketing de Flamengo e São Paulo, comandaram o projeto comercial. O torneio foi batizado de “Copa União” para ter uma marca que enfatizasse a nova fase do futebol brasileiro e pudesse ser licenciada por diversas empresas. Além disso, a organização obteve o patrocínio oficial de Rede Globo, Coca-Cola e Varig.

A Coca-Cola colocou seu logotipo nas camisas de todos os clubes que não tivessem patrocinadores (apenas Flamengo, Palmeiras e Corinthians tinham contratos a cumprir) e no círculo central do gramado (depois, a Fifa vetou essa idéia e a marca ficou dentro dos gols). A Rede Globo transmitiu o campeonato com exclusividade, com a permissão de passar as partidas na cidade em que eram realizadas. A condição era que, minutos antes de a rodada começar, a emissora fizesse um sorteio de qual jogo seria visto por todo o país (o que gerou a curiosa situação de, em uma tarde com São Paulo x Corinthians e Flamengo x Fluminense, o Brasil inteiro viu Bahia x Goiás, que acabou sendo a despedida de Mário Sérgio).

Capítulo 4: Traição, e a CBF volta à cena


A forma como surgia a Copa União deixou vários clubes descontentes. Os líderes do movimento eram América-RJ, Guarani e Portuguesa se sentiam injustiçados, pois teriam direito de estar na elite pelo desempenho no Brasileirão de 1986. “Não dá para aceitar um Campeonato Brasileiro em que os clubes grandes viram a mesa só porque não querem dividir o torneio com ninguém”, brada Homero Lacerda, diretor de futebol do Sport e presidente do clube em 1987. “Os dirigentes de todos os outros clubes sempre foram contra essa atitude autoritária do Clube dos 13 na época.”

O sucesso comercial da competição organizada pelo Clube dos 13 também saltou aos olhos da CBF. Desse modo, a entidade decidiu organizar uma competição com 16 clubes que estavam de fora da Copa União. Usou como critério a classificação do Brasileirão de 1986, apesar de deixar de lado a Ponte Preta em favor do Sport, e conseguiu o apoio do SBT. Depois, a CBF mudou seu discurso e deixou de considerar a Copa União como o Brasileirão. Naquele momento, o torneio dos grandes seria o Módulo Verde e o outro, o Amarelo. Os dois melhores de cada módulo se enfrentariam para definir o campeão nacional.

O Clube dos 13 decidiu boicotar o cruzamento. No entanto, a CBF contou com um apoio de dentro da união de clubes. “O Eurico Miranda era vice-presidente de futebol do Vasco e ficou como nosso interlocutor na CBF”, comenta Aidar. “Ele nos traiu e deu sinal verde para a CBF virar a mesa, mesmo contra a determinação dos outros 12 clubes de não fazer cruzamento com o Módulo Amarelo.” O Clube dos 13 não assinou o regulamento proposto pela confederação, mas já estava aberta a brecha para a confusão.

Os dois torneios caminharam e não se falava em cruzamento. Para a mídia, o título brasileiro se decidia na Copa União. O Flamengo conquistou o torneio ao surpreender o invicto Atlético-MG de Telê Santana na semifinal e ao bater o Internacional na decisão. O Módulo Amarelo teve percalços. Nem a possibilidade de cruzamento contentou América-RJ e Portuguesa, que decidiram boicotar o torneio. A Lusa voltou atrás posteriormente, mas os rubros, de fato, não jogaram uma partida sequer. No final, Guarani e Sport dividiram o título após empate em 11 a 11 na disputa de pênaltis.

Em janeiro daquele ano, a CBF impôs seu regulamento e determinou que seria realizado um mata-mata entre Flamengo, Internacional, Sport e Guarani. Flamenguistas e colorados confirmaram a decisão de boicotar o cruzamento e não compareceram às semifinais. Assim, Sport e Guarani fizeram a final, vencida pelos pernambucanos. As duas equipes representaram o Brasil na Copa Libertadores e foram oficializadas pela CBF como campeão e vice do país em 1987. O CND tinha outra visão e deu o título ao Flamengo. Anos depois, o Rubro-Negro de Recife ganhou o campeonato na Justiça.

Capítulo 5: Legado


Não demorou para o Clube dos 13 se aliar à CBF e o movimento não teve continuidade. “Não chegamos a tomar o poder na época por falta de continuidade do caráter político do movimento”, avalia Carlos Miguel Aidar. Hoje, a associação de clubes tem como principal função negociar os direitos de transmissão do Brasileirão.
A confederação voltou a organizar o Brasileirão, apesar de o nome Copa União ter sido mantido em 1988. “A Globo apoiou com força o torneio de 1987 e se sentiu traída pelos clubes no ano seguinte”, afirma o jornalista Juca Kfouri, comentarista da emissora carioca na época e notório entusiasta da Copa União de 1987.

Ainda assim, não se pode dizer que o torneio não deixou seus rastros. A competição organizada pelos grandes clubes teve público médio de 20.877 pagantes, o segundo maior da história do campeonato nacional. Com o dinheiro vindo de patrocinadores, os clubes arrecadaram o equivalente a uma média de público de cerca de 40 mil pagantes. Ficou evidente a demonstração de força dos clubes, que ganharam mais voz nas discussões sobre o destino do futebol brasileiro.

Desde então, o principal torneio de clubes do país passou a prever sistema de promoção e rebaixamento (as exceções foram em 1993, com uma virada de mesa para resgatar o Grêmio, e em 2000, com a criação da Copa João Havelange após a batalha jurídica entre Gama e CBF). “O que era para ser uma revolução se transformou em uma transição, mas não deixou de ter sua importância histórica”, comenta o jornalista Celso Unzelte, pesquisador da história do futebol brasileiro.

O fato de sempre haver um asterisco quando se fala no campeão brasileiro de 1987 não abala o Sport, detentor de direito do título. “Essa confusão toda até foi boa para a gente, pois todos se lembram que somos os campeões de 1987. Ninguém fala no título do Bahia em 1988”, ironiza Lacerda. Para o jornalista Roberto Assaf, autor de três livros sobre a história do Flamengo, o fim da polêmica depende da CBF. “Enquanto a CBF não determinar que o Flamengo também é campeão de 1987, sempre vai se discutir a legimitidade da conquista do Sport.”

E o troféu Copa Brasil? Bem, quando foi criado, em 1975, ele teria posse definitiva do primeiro clube que conquistasse três Brasileirões consecutivos ou cinco alternados. Pelos critérios da CBF, até hoje a peça não tem dono. Pelo Clube dos 13, é do Flamengo. Para não aumentar a confusão, a confederação desistiu da taça, esquecida em um cofre da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro.

OS ATORES DA PEÇA

Clubes grandes
Estavam dispostos a se unirem para ganhar autonomia e mudar a estrutura do futebol de modo que explorassem melhor seu potencial econômico. Aproveitaram a desistência da CBF em organizar o Brasileirão de 1987 e criaram o Clube dos 13.

Clubes pequenos
Alguns, como América-RJ, Guarani e Portuguesa, se sentiram prejudicados pela falta de critério técnico na definição dos participantes da Copa União e muitos falaram que era uma “virada de mesa”.

CBF
Com presidente e vice que não se entendiam, a entidade estava desgovernada, sem força política e em crise financeira. Não tinha mais condições de segurar a vontade dos clubes de se organizarem por conta própria.

CND
O Conselho Nacional de Desportos foi criado por Getúlio Vargas para regular os esportes de competição no Brasil. Era o meio de o governo interferir no esporte, mas, na metade da década de 1980, o CND era presidido por Manuel Tubino e tinha uma visão mais progressista, incentivando o aumento de autonomia dos clubes. O órgão foi extinto em 1993, no governo de Itamar Franco.

Patrocinadores
Globo, Coca-Cola e Varig viram na Copa União o primeiro Campeonato Brasileiro em torno do qual haveria uma grande mobilização nacional. Assim, apoiaram o Clube dos 13 e criaram diversas ações de marketing específicas para a competição.


Obs.: reportagem originalmente publicada na edição nº 15 (maio de 2007) da revista Trivela



quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Pontos corridos, emoções garantidas

Ainda ouço muita gente esbanjando nostagia e defendendo com ardor o tempo do famoso mata-mata.

 

Sendo simplista penso que campeonato é campeonato e copa é copa, ou seja, campenato é igual a pontos corridos e copa é igual a mata-mata.

 

Os defensores do mata-mata defendem o gosto da final, das disputas. As disputas estão presentes hoje a 5 rodadas do final. Contas, torcida e vários times disputando vagas para a libertadores, para a sulamericana e fugindo do rebaixamento.

 

Virou uma diversão para todos, onde pouquissímos se veem alheios tal qual o Fluminense. Algo tão interessante e unico que há até sites divulgando cálculos para simular a classificação de seu time ao final do campeonato.

 

Admito que a emoção do mata-mata é unica porém a organização garantida pelo campeonato de pontos corridos tem sido um divisor de águas no Brasil, exacerbando a organização, a regularidade e o bom trabalho de um time ao longo de um campeonato.

 

Foi-se o tempo em que um time se classificava numa combinação de resultados na última rodada e acabava campeão. Um time que mesmo desorganizado chegava ao título. Casos clássicos como o Bahia de 88 ou o Flamengo de 92 demonstram que nem sempre o melhor ao longo do campeonato ganha.

 

Cabe lembrar também que ano a ano o mata-mata mudava. Houveram até fórmulas um tanto esdrúxulas como o campeonato de 88 onde os jogos que acabavam empatados eram desempatados nos penaltis. O melhor time, se não acabava campeão acabava no ostracismo tal qual o Vasco da Gama de 92. Viu-se até uma quase repetição de 87 em 2000 com a Copa João Havelange seguindo a polêmica Copa União. Enfim, sem a Copa União não estaria em discussão de quem é definitivamente a taça ao alcançar o penta campeonato.

 

Mas a organização do campeonato parece que ainda não ganhou os corações ávidos por uma final. Isso é Brasil.

 

Para maiores informações sobre a história do brasileirão: http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Brasileiro_de_Futebol#Sobre_os_campe.C3.B5es

Para brincar com a classificação: http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Campeonatos/0,,MUL164210-4276,00.html

 

Coloque seus resultados, confira os classificados e torça para seu time. Mesmo sem final a emoção é garantida.

Enfim campeão

Nesta quarta-feira o São Paulo chegou ao titulo que já era sabido a algumas rodadas.

 

É obrigado se dar o verdadeiro mérito ao mais novo campeão brasileiro. Se junta ao Flamengo como penta campeão pois considerar que o título de 87 foi do Sport é muito leviano, algo que não é incomum ao novo campeão.

 

São Paulo, o unico time campeão em cada uma das decadas desde que começou o campeonato brasileiro em 1971, possivelmente apresentou o futebol mais competente de todos os seus campeonatos.

 

Sem a mesma quantidade de craques de outrora, tendo como seu unico craque o goleiro Rogério Ceni, mostrou um futebol competente, correto. Com a segunda melhor média de gols sofridos na história dos brasileiros e a maior antecedência na conquista do título mostrou que soube vencer adversidades.

 

Um inicio de campeonato pouco empolgante, questionamentos em relação a qualidade do técnico Muricy e um time que se resumia a uma forte defesa, foi crescendo no campeonato e se tornando cada vez mais imbativel. Surgiram novos valores como Hernanes e Breno, o ataque começou a funcionar e a “sorte” que insistia em prejudicar eventuais adversários na busca do titulo garantiram a arrancada e a folga necessária para jogar seu melhor futebol sem pressão.

 

Parabéns ao campeão.