quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A hora do marketing esportivo

Após uma mera formalidade foi confirmado que a Copa do Mundo de 2014 será no Brasil. A falta de concorrentes tornou simples a escolha.

Será uma grande oportunidade de mostrar ao mundo que podemos, mesmo sem histórico, ser organizados.

Uma imensidão de dinheiro será gasto, desviado, utilizado para fins diversos menos futebol, super faturamento, promoção politica. Será um carnaval na republica das bananas. Por puro conformismo direi que não será diferente do que acontece todos os anos, somente em proporções bem maiores. Será um grande banquete.

Estádios serão modernizados, trará maior visibilidade ao futebol brasileiro, incentivará o turismo, mostrará o Brasil para o mundo. Praticamente perfeito.

Mas os frutos somente serão colhidos por anos se houver um perfeito e integrado planejamento de marketing. Será a hora de tornar o futebol brasileiro um grande mercado da bola. A estrutura será preparada cabe utilizar da melhor forma.

Se o espetáculo da bola acontece na Europa chegou a hora de mostrar que aqui ocorre a Premiere. Quer ver o show antes, pague o valor justo para isso. A copa nos dará os palcos, os astros da bola surgem a todo ano, só falta saber inovar nas fontes de obtenção de receitas.

Levando em conta isso encontrei no youtube um video de um programa japonês que mostrava “A arte de bater faltas – by Rogério Ceni”. Diversos chutes no ângulo, diversão dos japoneses entusiasmados. Pura propaganda.

Alguns podem dizer que isso não é futebol. Realmente não é futebol mas é o meio de se ganhar dinheiro com o futebol.

Porque vender um craque se a imagem dele paga qualquer transação? O São Paulo tem traduzido em títulos o bom planejamento de marketing.

Penso que se a Copa do Mundo não trouxer esse desenvolvimento necessário aos bastidores da bola, ao marketing da bola, não poderemos nunca mais reclamar da saída prematura de nossos craques. A oportunidade de virar referência e não apenas uma colonia que cede sua matéria prima está nas mãos, cabe a nós aproveitá-la.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Os políticos estão tendo concorrência

Ontem foi a estréia da grande inovação vascaína. Romário de técnico, jogador, capitão, estátua e “solução”.

 

Esperem, esqueci uma função: provável dono de meio time.

 

A única explicação lógica que vejo para tal disparate do senhor Eurico é estar completamente no bolso de Romário. Que há dividas quase eternas isso não se nega, mas até que ponto isso vai?

 

Ao final do jogo Romário se deu nota 8. Para mim nada além de um 7, isso porque não haviam mais atacantes para substituir e o número de substituições é limitado por senão cairia para - 5 facilmente. Isso mesmo, menos cinco.

 

Não entendo de que forma pode se explicar que com um maior número possível de atacantes possa se fazer mais gols. Desespero? Situação de jogo? Para mim apenas uma visão limitada. O surpreendente é saber que a imprensa gostou, que um certo senhor comentarista de uma grande emissora achou corretissímo. Minha grande duvida é quem cruzaria as bolas para a área.

 

Todos gostaram porque o Vasco dominou o jogo. Dominou o jogo? Se este tivesse somente um tempo eu diria que sim.

 

O time jogou muito melhor, dizem alguns. Realmente é impressionante o que a vontade de mostrar serviço faz com um jogador.

 

Não posso negar que ri das situações. Dois capitães em campo, um técnico que entra em campo e não é expulso por sair da área técnica (momento Antero Greco), Romário pedindo para Romário aquecer (copia de Juca Kfouri) e os jornalistas da Globo falando: “Romário foi aquecer”, “Romário tirou a calça”, “Romário tirou o agasalho”.

 

Para não tirar o “mérito” de Romário digo que o goleiro adversário foi espetácular.

 

Domingo tem mais Romário, porque o PC Gusmão que eu havia dito não fechou contrato e até o atual momento o “felizardo” para comandar a barca vascaína é Valdir Espinosa, se este não for mais um “furo” furado de reportagem.

 

No final de toda essa brincadeira de um dirigente irresponsável os políticos encontraram concorrência pois o Vasco conseguiu ser a piada da semana.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Noticias e anedotas

Já vi diversas coisas no futebol mas posso garantir que uma das mais engraçadas foi essa que o Vasco proporcionou. Romário de técnico, só pode ser piada. Quem diria que deixar Romário no banco contra o Flamengo causaria tal reviravolta.

Após uma campanha acima de qualquer expectativa e um final decadente, o time da colina sofre novamente com os mandos e desmandos de Eurico. Alias, não sei quem manda mais neste momento, Romário ou Eurico.

Ao menos já fechou com PC Gusmão. Sem resultados expressivos mas pelo menos o treino tático não será numa casa noturna.

Paraná corre o risco de perder até 72 pontos no Brasileiro. O fato engraçado é saber que é por "culpa" de um jogador vindo do Avaí-SC, o volante Batista.

Nunca o Avaí pensou que poderia ser tão importante para o Corinthians. Alguns vão dizer que essa punição pode ocorrer para ajudar o Corinthians. Mas o Corinthians já buscou ajudas melhores.

O Corinthians buscou ajuda, e ajuda de renome. Buscou os trabalhos de Robério de Ogum, famoso pai de santo conselheiro espiritual de Luxemburgo. Enfim tomou consciência que um Finazzi só não faz milagre.

Parmalat, MSI. Do céu ao inferno em instantes. Será que esses já são exemplos grandes o bastante para os demais?

Marcos quebrou o braço novamente em uma trombada com Rodrigão no treino. Quem realmente precisa de Robério de Ogum não é o Corinthians mas sim o goleiro Marcos. O Corinthians precisa de dirigentes sérios e o Marcos de uma chuva de sal grosso. Segunda fratura no braço neste ano. Clavícula, pulso e outras tantas lesões. Maior que a insistência de Marcos é o amor da torcida pois mesmo sem jogar ainda figura como ídolo maior.

E por falar em torcida se o Corinthians não cair agradeça a sua torcida, sempre presente e mais convicta que qualquer jura de casamento. Esta sim está com seu time na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza.

Para finalizar falando de goleiros, Rogério Ceni foi indicado ao prêmio da revista France Football. Esta entre os 50 finalistas. Já é um prêmio para quem somente é lembrado quando falha.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O espetáculo

Me permitam ter meu momento Regis Resing, e por favor não ataquem pedras.

 

Ontem foi dia de espetáculo, um grande palco, atores globais e estrelas da bola.

 

Maracanã lotado. O estádio que já abrigou o maior número de torcedores da história, mais de 200 mil em um jogo, ontem viu um show de estrelas.

 

Como todo grande espetáculo foi dividido em cenas, teve seus coadjuvantes, seus astros e seu gran finale.

 

Iniciamente o enredo foi apresentado, um Brasil com Vagner Love e um Equador cheio de vigor. Parecia ser apenas mais do mesmo mas aos 19 minutos, numa jogada que começou numa invertida de bola de Ronaldinho Gaucho, com uma cabeçada de Robinho para Maicon, que devolveu para Robinho, que com um grande passe colocou Maicon na corrida que com um sutil toque dribla o marcador e cruza para Vagner Love. Brasil 1 x 0.

 

Depois disso começou o drama. Jogo feio, improdutivo, com Mineiro correndo e brigando, seleção mal armada e somente jogadas isoladas. Mas o Equador não assustava.

 

Um espetáculo tem comédia e a torcida fez sua parte. Ouvir “Ooooo, toma no c... Galvão, toma no c.. Galvão”, foi maravilhoso. Estava adorando os gritos de torcida, mas esse foi campeão. Adorei, ri muito.

 

Também tem malabarismo de Julio César, muito seguro e hoje firme como titular, muito merecido por sinal.

 

Vira o campo, mas o time se mantém o mesmo. A tensão aumenta, as vaias aumentam, o drama aumenta. Kaká puxa pelo meio, tenta fazer algo, chuta sem força, Ronaldinho desvia.... gol. Brasil 2 x 0.

 

Não me convencia mas aceitava. Nessa altura o centroavante mais amado do Dunga já havia perdido duas chances de gol.

 

Nesta hora, quando todos pensam que tudo se encaminhará calmo até o fim surge a virada da história para engrandecer o espetáculo. Sai Vágner Love e entra Elano. Enfim a formação perfeita a meu ver.

 

Animos novos e gostinho de grande apresentação. A bola sobra no meio, Kaká abre o chute e manda com perfeição uma bola do meio da rua no ângulo. Golaço. Então surge o êxtase, o delírio da torcida. O Maracanã abraça Kaká e grita “é o melhor do mundo”.

 

Mas se alguém estava feliz, estava se contentando com pouco. O show tinha que continuar e aos 38 minutos surge a mágica. Numa sequência de dribles que tive que assistir diversas vezes para compreender o que meus olhos não conseguiam acreditar Robinho fez mágica, molecagem. Gol de Elano após sobra da defesa.

 

E o gran finale? Sim, teve gran finale. Kaká despretenciosamente chuta de longe, uma bola fraca e o goleiro aceita como que se rendesse ao show brasileiro.

 

Nessa altura os equatorianos rezavam pelo fim e os brasileiros sorriam pelo show. Fecham-se as cortinas e só se veem sorrisos.

 

Fiquei me perguntando se tudo aquilo que vi foi bom o bastante. Foi muito bom, sempre é bom ver craques fazendo o que sabem.

 

Ainda acho que pode ser melhor mas isso só veremos no próximo espetáculo, de preferência com Elano no lugar de Vágner Love desde o início.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

De volta ao passado

Ouvi mais do que vi o jogo da seleção. Porém, mesmo com pouco, confesso que me decepcionei.

 

Inicialmente pela escalação. A possibilidade de jogar sem um 9 de referência foi descartada com a entrada de Vagner Love. Não compreendo a insistência de Dunga neste jogador mediano.

 

Estatísticamente está provado que a opção de jogar com 4 homens de frente não tem trazido bons resultados.

 

Sei que jogo no rádio não tem meio campo, mas pelo que vi nem na rádio, nem pela televisão e sequer ao vivo havia meio de campo na seleção brasileira.

 

Dunga que para mim havia evoluido substituiu mal. O inoperante Gilberto deveria ter saído para a entrada de Kleber e trocar Vágner Love por Josué, que eu pensava ser uma forma de liberar o meio e permitir bolas mais limpas num campo pesado, não foi nada de inovador já que em seguida Robinho foi sacado para a entrada de Afonso.

 

Gostei de ver que na hora do aperto Dunga foi mais Julio César. Era lógico mas a mente de técnico de seleção nem sempre é muito lógica.

 

Sempre me questiono da dificuldade em um jogo na altitude. Em jogos de time é um diferencial já que o mandante treina nas alturas, mas em jogos de seleção onde boa parte é estrangeira também faz tanta diferença? Para mim virou uma desculpa convincente, e só.

 

Quarta-feira tem mais, e contra um time igualmente forte e rápido. No Maraca sou muito mais Brasil, mas mesmo na Colômbia eu também era, senão jogaria duplo na Loteca.

 

Mas acima de qualquer outro desejo para este jogo, quero que o Brasil finalmente entre em campo sem um 9. Vale o teste, o show é garantido, ou é preferivel voltar a um passado sem brilho?

terça-feira, 9 de outubro de 2007

De olho no ano que vem

O campeonato já acabou para alguns, sem muitas esperanças de libertadores já que na luta ainda estão Cruzeiro, Palmeiras, Santos e Grêmio.

 

Sem a possibilidade de título, que já tem dono, alguns times estão a deriva, na possibilidade de abocanhar uma Sulamericana.

 

Penso que muitos não visam mais isso, pensam no ano que vem.

 

O Internacional vem evoluindo e tem em seu elenco a peça capaz de sanar uma das grandes dificuldades de seu ataque, a velocidade. Ano que vem está do lado e Nilmar estará em campo sedento por bola.

 

O Cruzeiro, se conseguir manter o time, terá novos valores e um grande time, talvez o melhor, para o ano seguinte. Muita velocidade, bom técnico e mais experiência, Ramirez, Wagner, Guilherme, Alecsandro e cia podem propciar um futebol realmente muito bonito. Só resta saber quem vai ficar.

 

Pelos lados do Parque Antártica o problema parece grande já que a eminente saída de Valdivia enfraquece considaravelmente o time. Mas dos males é o menor já que o time está começando a despontar e não apresentar grandes estrelas, mas um bom conjunto. Perde-se Valdivia mas todo o resto fica, mantendo a base. Com um 9 e um novo 10 o Palmeiras buscará incomodar a supremacia são paulina nas terras paulistas.

 

Na Gávea a expectativa também é grande. Com a vinda de Kleberson e se este reencontrar um nivel de futebol próximo aos dos tempos de 2002 o Flamengo lutará fortemente contra um Botafogo em reestruturação pós terremoto e um Fluminense com Thiago Neves em definitivo e mais maduro. Laterais para tanto o Flamengo tem, resta encontrar alguém para o lugar de Bruno.

Final de semana com cara de futebol

Tenho que admitir. Gostei desse final de semana. Para mim teve cara de futebol.

 

Inicialmente porque a média de torcedores foi alta, 24.000 pagantes. Isso mesmo, pagantes. Como no Brasil até número de pagantes se manipula foram muito mais pessoas aos estádios.

 

A média alta se justifica pelos clássicos e jogos importantes, mas por outro lado o maior espetáculo esportivo do mundo fez jus a seu tamanho. Tal média vai de encontro a atual situação de já existir um campeão.

 

Houveram dois clássicos regionais e surpresas. 

 

O campeão caiu perante um time que luta contra o rebaixamento. Mas já dizia Vicente Matheus, clássico é clássico e vice e versa.

 

Se o São Paulo ganha Rogério é rei, mas como o São Paulo perdeu e não foi falha dele, se honra o sacrifício. Para mim é irresponsável e desrespeitoso com o reserva. Mas quem para uns é rei para mim é um grande oportunista.

 

As lágrimas de Betão emocionam, mesmo eu que sou eterno rival. Num Davi contra Golias ganhou o que tem menos soberba.

 

O São Paulo se acometeu de um cansaço crônico ou de um tal de “já ganhou”? Nenhum dos dois erros vai tirar o título.

 

O final de semana também teve guerra nas palavras e no jogo. Jogo duro entre Palmeiras e Grêmio. Grande vitória palestrina com méritos a um futuro bom jogador e a um grande esforçado, Caio e Makelele. Palmeiras tem boas possibilidades de montar um time competitivo para o ano que vem.

 

A síndrome da queda não atingiu somente o líder, atingiu também o vice. Quem aspira ao título não pode perder pontos para o Goiás. Mas se mantiverem o time para o ano que vem será muito forte.

 

O Vasco gostou de seguir os lideres e tratou de perder mais uma. É uma pena ver que a libertadores não passou de um sonho cruz maltino. Mas se o ataque não faz gol, a solução é colocar Romário de técnico de finalizações. Só resta dar efeito.

 

Os gritos de torcida estão cada vez mais interessantes, tornando mais belo o espetáculo. Foi o Flamengo criar um cantico novo que o Fluminense tratou de criar a versão “sacanagem”. Estou gostando disso, afinal, esses cantos tem mais frases que a maioria dos axés.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

O real valor, mesmo na derrota

Aconteceu o que não queriamos, a seleção brasileira feminina perdeu a final para a Alemanha. Marta e Cristiane foram premiadas por sua performance e o Brasil saiu vice-campeão.

 

Não sei porque razão mas essa segunda colocação foi dignificada. São diversos os fatores que levaram todos a respeitar e aclamar a colocação brasileira.

 

Diante de tantas dificuldades, num pais que não incentiva esportes amadores, uma mulher apostar na carreira de jogadora de futebol deve ter algum traço de insanidade, mas na verdade prefiro acreditar que nada mais é que um crime passional.

 

A copa foi um sonho, grandes estruturas, torcida, gols, preparação fisica e hoteis. Acaba a copa e todas retornam ao mundo real.

 

O Brasil aplaudiu a derrota, ou será a vitória? Estamos mal acostumados, queremos sempre a vitória. Cair lutando é triste mas honrado e merece ser valorizado. Espero que não seja apenas uma certa piedade em função da precariedade do futebol feminino no Brasil, mas que seja o verdadeiro reconhecimento pela conquista.

 

 

Outra derrota, mas que para mim foi bem digerida foi a do Joinville/Krona para o Jaraguá/Malwee. Em dois jogos o time do Jaraguá liquidou a disputa. Não há como negar a superioridade de elenco da equipe da Malwee. Dois dos melhores jogadores do mundo no elenco, um grande goleiro e o que mais me chamou atenção nas entrevistas que ouvi na semana, um time formado a 7/8 anos.

 

A Malwee chega a seu segundo titulo graças a uma estrutura em constante evolução. Perdoem-me o trocadilho mas realmente um Falcão só não faz verão, ao seu lado havia Leco, Valdin, Willian, Ari, etc.. e principalmente Lenisio e Tiago. No banco, Ferreti.

 

Muitos acreditaram que faltou raça ao Joinville, mas isso é negar suas limitações. A falta de peças de reposição pesaram, a falta de amadurecimento também.

 

Uma grande conquista tanto para a Malwee, que colhe os frutos de um trabalho bem feito ao longo dos anos, quanto para o Joinville que a cada ano sobe mais um degrau podendo cada vez mais buscar grandes conquistas.