sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Valdivia, a contradição ambulante

Vou me utilizar do nome de uma música do Green Day para comentar sobre algo que está em alta.

 

Já que para muitos tudo se resume a 8 ou 80 cabe o chavão. Valdivia: santo ou vilão?

 

De um instante para outro Valdivia virou polêmica e o mais interessante é ver que nos corações dos adversários o anti-jogo não é questionável, questionável é o revide.

 

Que Valdivia não é santo, só não sabe quem não quer. Ele é moleque. Zomba, dribla e desmoraliza. Protege a bola com o corpo. Dobra as pernas quanto pode. Nada diferente de outros jogadores abusados como Edilson, Denilson entre outros. Mas também apanha muito.

 

Mas o que sobra de assunto para os boleiros é o quanto o Valdivia mereceu apanhar.

 

Os mesmos que levantam a bandeira a favor do futebol arte ignoram o quanto a violência deveria ser coibida em função do quanto foi “merecido” um ou outro safanão. Não tiro o mérito do marcador, sua função é parar o craque. Já a função do juiz é coibir a violência, ou seja, impedir o ato violento e o revide, que significa segundo o Michaelis, vingar uma ofensa com outra maior.

 

Sou palmeirense e não nego. Todos os comentários que eu fizer em defesa do jogador Valdivia facilmente serão interpretados como parciais. Deste modo me sinto obrigado a postar na integra um texto de Mauro Beting (ok, ele também é palmeirense, mas sobre tudo é jornalista) e mais um link do lancenet.

 

Segue o link (http://www.lancenet.com.br/clubes/PAL/noticias/08-01-25/226324.stm ) e o texto de Mauro Beting

Diário de um mago

por Mauro Beting

Acordo.
Vou jogar bola, levo umas cacetadas, faço umas firulas, levo outras bordoadas, revido umas porradas, faço umas graças, apanho, juiz me marca mais que o volante adversário, dou um passe para um gol, chuto muitas bolas erradas, faço a jogada mais linda da partida, provoco os rivais com fintas, faço o que poucos no país do futebol fazem, apanho ainda mais, o juiz só marca metades das faltas, recebo cartão amarelo no fim, perco a cabeça (e os cotovelos), meu marcador é expulso logo depois, o técnico adversário me xinga, meu marcador fala que eu preciso jogar mais sério, jornalistas dizem que eu sou o mais brasileiro jogador chileno, outros que não sei chutar, só cavo falta e só faço firula.

Vou dormir. Hoje, com o nariz inchado.
A imprensa vai falar que eu apanho demais.
Ou que eu invento muitas faltas.

Mas eu acordo com as canelas marcadas.

E sei que preciso aprender a chutar melhor.
A ser mais objetivo.
A driblar mais próximo do gol.
A não cavar tantas faltas, se não os juízes não vão mais cair naquelas faltas que realmente sofro - e eles não marcam, porque eles estão me marcado mais que meus adversários.

Hasta la vista, baby.

ASS: Valdivia.

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