sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Fatos da semana

Para iniciar esta conversa vou me render de corpo e alma ao futebol feminio. Cansei de brincar com a forma que saiam a maioria dos gols, chutes altos de longe. Mas este último jogo contra o eterno rival Estados Unidos foi deslumbrante, plástico e com gols rasteiros. Enche os olhos o futebol apresentado por Marta e companhia. Que venha a Alemanha, que mesmo sem gostar da velha história de vitória na véspera penso que o futebol insinuante da seleção brasileira vai prevalescer. Minha curiosidade é, se realmente ganhar o titulo, aonde vai ficar essa estrela na camisa canarinho? O merecimento é o mesmo.

 

O trocadilho ficou batido, mas o São Paulo realmente calou o Boca. Não é o tipo de futebol que me alegra, mas fazia muito tempo que não via um time tão competente e vencedor. Apostar em um bolão contra o São Paulo é perder pontos na certa.

 

Eu no lugar do Cuca também entregaria o cargo. Não há o que falar depois de uma derrota como a sofrida ontem, apenas 15 minutos para levar 3 gols com um jogador a mais, e o pior, 9 contra 10. Inadimissivel, incompreensível. Montenegro, vice presidente do Botafogo, ameaçou retirar 30% do salário de todos os jogadores. Será que 30% a menos no salário fará com que tenham vergonha na cara? Sinto pena do torcedor que sofre. E por favor, dizer que tem coisas que só acontecem com o Botafogo não me convence nesta hora.

 

Grande vitória vascaína, brindada com um dos gritos de torcida mais bonitos da atualidade, entrando na moda de cânticos apaixonados de mais que uma frase. Grande atuação de Leandro Amaral. Três gols muito merecidos. a torcida pode encher o peito para cantar sua paixão e garantir que a música que diz “vou torcer pro Vasco ser campeão, São Januário, meu caldeirão” é uma grande verdade.

 

Klebérson, nova contratação do Flamengo. Uma boa contratação. Se o Flamengo mantiver o elenco ano que vem e luta por titulos.

 

Valdivia é um peladeiro, malandro e reclamão, mas joga muito. Toma faltas, reclama e toma cartão. E como toma cartão, 9 no brasileirão. Para os próximos jogos, fora o desse final de semana em que está mais uma vez suspenso, tende a ficar mais calmo depois do puxão de orelha da diretoria.

 

Felipão gosta de Renato Gaúcho e Mano Menezes. Eu também, mas para mim o “cara” da vez é Dorival Júnior.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A construção de um ídolo

No futebol atual onde o valor das luvas, ganho em transações e a sedução dos dólares e euros movimenta o mercado a criação de raizes com um time se torna cada vez mais rara. Porém hoje possuímos no futebol brasileiro duas estrelas de rara grandeza, e ambas na mesma posição, goleiro.

 

Certamente o assédio aos goleiros é infinitamente inferior ao de qualquer outra posição em campo o que possibilitou estes criarem uma história dentro do clube. Mas com total certeza há algo maior que os simples anos vestindo a mesma camisa que criou o mito.

 

Rogério Ceni e Marcos já receberam assédio do exterior, cresceram no clube, são líderes e exemplos de vencedores, tem identificação com a torcida e amor a camisa que vestem, chegaram a seleção brasileira, participaram dos maiores títulos de seus clubes e por inúmeras vezes garantiram uma feliz segunda-feira aos torcedores apaixonados.

 

A safra de goleiros é invejável. Bruno do Flamengo, Diego, ex Atlético MG, Felipe do Corinthians e Diego Cavalieri do Palmeiras foram um quarteto de goleiros de altissíma qualidade. E numa época em que são poucas as notícias realmente relevantes levando ao drible da foca participar das discussões futebolísticas por mais de uma semana algo que foi falado foi a volta de Marcos aos gramados.

 

No intuito de criar notícia muito se falou que o titular atual, Diego Cavalieri, teria a sombra de Marcos no banco. Mas é bem nesse momento que se mostra o grande ídolo e na verdade mais que isso, o grande ser humano. Marcos não é sombra para Diego, é luz.

 

Sua volta aos gramados após uma fratura no braço e meses de recuperação é motivo de alegria a todos que torcem por ele. Sua simplicidade e simpatia impares conquistam até os adversários.

 

Marcos tem noção das suas atuais limitações, e respeito e admiração pelo novo titular. Como grande ídolo, campeão mundial e grandiosa história poderia exigir seu retorno ao gol mas como pessoa humildade, que o torna grande não somente como campeão mas como ser humano achou justo, sadio e correto ficar na reserva e ajudar ao máximo o seu futuro no gol palmeirense e se possível seleção brasileira, Diego Cavalieri.

 

Um senso coletivo invejável para os dias atuais. Plagiando o poeta “se todos fossem iguais a você, que maravilha viver”.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Quanto vale o "show"

Clássico mineiro. Jogo movimentado. Belíssimo clássico não indicado para torcedores com problemas cardíacos.

 

Duas viradas, a primeira do Atlético que perdia por 2 x 0 e virou para 3 x 2 e a segunda do Cruzeiro revertendo os 3 x 2 para 4 x 3.

 

Dois penâltis duvidosos, um para cada lado. Grande atuação da jovem revelação cruzeirense, Guilherme. Praticamente todos os ingredientes que fazem um grande jogo.

 

Mas ao final o que marcou foi o drible da foca de Kerlon e a reação nada amistosa do lateral Coelho.

 

Resultado, Coelho expulso e polêmica. Se já não bastasse a polêmica em cima dos dois penâltis surge o toque final para apimentar o clássico.

 

Uns consideram inconsequência de Kerlon ao realizar um drible que cabe perfeitamente como parte do circo do Faustão. Outros consideram arte já que quem tiver habilidade que faça o mesmo.

 

Penso que tem que se considerar que o drible, mesmo que circense em demasia, é em direção ao gol. Mas ao final do jogo Kerlon afirma que sua intenção era prender a bola, tornando o ato um malabarismo e não um drible.

 

Coelho não gostou do ato e reagiu, foi expulso e será julgado. Defendeu sua “honra” já que se sentiu humilhado pelas peripécias da foquinha adversária. Como profissional errou e pagará por isso.

 

Mas a grande duvida que fica é: quanto vale o show? Pois os que defendem o drible falam que este apenas traz mais brilho ao espetáculo, porém neste espetáculo há um adversário que nem sempre está apto a aplaudir de pé.

 

Penso que naquela altura do jogo e levando em conta o argumento dos defensores do malabarismo que dizem que Kerlon é habilidoso para driblar de tal forma, este poderia ter utilizado sua habilidade para realizar inúmeros outros dribles que não seriam considerados provocação.

 

Nestas horas uma atitude mais humilde e de reconhecimento a bravura do adversário poderia não abrilhantar o espetáculo mas permitiria uma saudável troca de camisas ao final da guerra.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Notinhas sobre uma quarta futebolistica

Ouvi falarem que o Flamengo tem a melhor dupla de laterais do futebol brasileiro atual, não sei se é a melhor mas é realmente muito boa. Que golaço do Léo Moura.

 

Apostei no Cruzeiro, dancei. Quem saiu feliz dessa foi o cada vez mais campeão, São Paulo.

 

Sem um 9 e Vágner Love a seleção jogou melhor. Oh Dunga, tira o Love e deixa a molecada solta, o futebol mundial vai te agradecer.

 

Fico pensando se o Kia tirasse Zelão, Betão e companhia do Corinthians se este não estaria fazendo novamente um enorme bem ao time do parque São Jorge. O Ituano e o Corinthians ficariam felizes.

 

Mas o grande fato do dia foi o soco de Felipão. Muitos vão falar que a cena foi lamentável e mais outras diversas condenações e até hipocrisias. Felipão sempre foi assim, colérico. O soco que além de fraco foi impensado. Impensado pois o zagueirão quase atingido era o dobro de Felipão. A punição vai ser dura só não será mais duro que ficar de fora da Eurocopa.

As marcas da evolução

Devo ter bebido demais ontem a noite ou simplesmente estou me convencendo de algo que até então achava improvável, a seleção está evoluindo.

 

Sei que sou ser humano e deste modo passional, então posso vir a criticar essa mesma seleção futuramente.

 

Por vezes quebrei a cabeça pensando em como armar essa seleção e segundo fontes seguras (meu amigo corneteiro, Dayan) Luxemburgo apresentou a solução em um programa de esportes.

 

Após um primeiro tempo de fraca atuação do atacante Vágner Love, o que não é uma grande novidade, Dunga fez algo que me surpreendeu. Dunga tirou Vágner Love e colocou Elano realizando assim a solução apresentada por Luxemburgo, jogar sem um 9 de função.

 

Ou Dunga é bem informado ou concebeu algo realmente interessante. Só sei que eu gostei e muito do que vi, e o melhor é que estou adorando as possibilidades do que irei ver. Sem um 9 de referência e uma marcação coesa no meio campo poderemos ver 3 craques flutuando por todas as partes do ataque. A velocidade e mobilidade de Kaká e Robinho tem o poder de desnortear qualquer defesa e abrir espaço para chutes, passes e arrancadas de Ronaldinho.

 

Sem posição fixa e inteligência de sobra esses 3 entrando em sintonia podem proporcionar ao publico um futebol de tal beleza que há tempos não se vê na seleção.

 

Claro que nem tudo é tão maravilhoso quanto se imagina. Para chegar a perfeição e não expor a defesa, já que no futebol atual todo grande time começa por uma forte defesa, deve-se treinar até a exaustão a postura defensiva e como liberar os alas/laterais e ainda sim utilizar as possibilidades de um elemento surpresa como Mineiro ou Elano.

 

Esta é de longe a melhor formação levando em conta as peças disponíveis. Conforme Luxemburgo e com o aval meu e de meu amigo corneteiro isso somente não se aplica se tivermos disponível um 9 como Ronaldo ou Pato.

 

Mas fugindo ao deslumbramento e voltando ao jogo, Dunga substituiu muito bem. Com a expulsão de Elano entraram Afonso, que marcou seu primeiro gol na seleção, Julio Batista e Josué. Enfim, perfeitas substituições levando em conta a situação do jogo.

 

Sempre defendi o mestre Luiz Felipe Scolari mas por mera coincidência enquanto Dunga evolui a passos largos Felipão desfere um soco curto. Coisas do futebol.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Brasil x EUA: um bom descanso

Este final de semana resolvi dar umas férias para mim. Férias de tudo.

 

Mas no meu momento de descanso acompanhei, sonolento, a seleção brasileira.

 

A presença de Ronaldinho foi muito destacada pela mídia. Um belo gol de falta, passes açucarados. Mas para mim quem cada vez cresce mais na seleção é Robinho.

 

No inicio do jogo Ronaldinho abusou do preciosismo nos passes mas acertou um belíssimo para Afonso. Robinho correu por todos os lados do campo, participou do primeiro gol e sofreu um penâlti não marcado numa jogada maravilhosa, entrando na area rente a linha de fundo. Um drible milimétrico.

 

Mesmo com as estrelas Kaká, que se limitou a algumas poucas arrancadas, e Ronaldinho, ovacionado pela imprensa, Robinho mostrou-se um jogador de seleção. Vontade e coragem. Algo que só se vê nos grandes.

 

Dunga acertou. Mesmo sendo um amistoso Dunga manteve o time na virada de lado. Deu horas de vôo ao provável time das eliminatórias.

 

Mas que campinho horrível. Creio que os americanos não atentaram ao fato que no nosso futebol a bola tem que rolar macia.

 

Enfim, Brasil 4 x 2 EUA: um bom descanso para alguém de férias momentâneas.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

A sorte que acompanha os campeões

Parem os tambores nos terreiros porque nem macumba da brava tira o título do São Paulo.

 

Há diversos fatores que considero fazer um time campeão. O São Paulo reune diversas dessas qualidades. Tanto na parte técnica do time. Boa defesa, bom goleiro, organização tática, técnico competente.Forte nos bastidores, organização exemplar, elenco com peças de troca.

 

Elogiar a estrutura que o São Paulo montou é fácil. Mas até então não me convencia. Ontem vi o que faltava. Para todo time campeão é necessário um detalhe a mais: SORTE.

 

Muitos dizem que sorte nada mais é que oportunidade mais competência. Mas a sorte que faz a diferença é tal qual a que ajudou o time do São Paulo ontem.

 

Penalti para o Atlético no ultimo lance do jogo. Coelho bate e Rogério defende. Rogério se movimentou exageradamente antes? Sim, se movimentou. O juiz mandaria voltar o penâlti aquela hora? Não, não mandaria. Mas não cabe julgar, o bola estava na marca da cal e a obrigação do batedor era marcar. É neste momento que entra a sorte. Mais que a competência do goleiro Rogério penso que houve sorte, aquela mesma que costuma acompanhar os campeões.

 

E para completar a maré boa o Cruzeiro cai para o Juventude numa vitória totalmente inesperada e o Vasco cai para o Grêmio.

 

Nos dias de hoje onde “O Segredo” está em alta só posso crer que o time do São Paulo, como um todo, não consegue visualizar outra coisa além do título, o universo somente está colaborando para que isso se torne realidade.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Questionamentos de um torcedor

Estou um tanto ausente, as últimas derrotas, os insistentes erros da arbitragem - de baixo nível como já foi comentado neste blog - e as coincidências tem me deixado muito desanimado.

 

Pipocam blogs de torcedores indicando erros grotescos de arbitragem, pautados em vídeo (http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Internacional/0,,MUL63447-4410,00.html ; http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/0,,MUL84799-4276,00.html ; http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/Botafogo/0,,MUL85106-4399,00.html ).

 

Reclamações de Botafogo, Cruzeiro, Paraná, Palmeiras, Vasco, entre outros. Houve até reclamação do pobrezinho Timbú.

 

A dois campeonatos atrás reclamamos e vimos escândalos de arbitragem. Houveram erros decisivos, mas como muitos podem dizer o erro faz parte do jogo.

 

O futebol, tal qual eu já disse, tem na polêmica o seu principal combustível. Os erros de arbitragem geram as inflamadas discussões dos bares. Gera notícia para a imprensa amante de um bom incêndio. Incendeia o futebol e as paixões.

 

Meu grande problema é relutar contra a cegueira. Em um tempo onde tantas maracutaias, falcatruas e mensalões estão diariamente nos noticiários não consigo pensar que no futebol brasileiro, com todo o dinheiro que corre por seus corredores, a sujeira não está presente e o poder financeiro não consegue atingir os corações apaixonados por esse esporte.

 

Não somente torço, mas rezo para que os erros sejam somente erros, pois não consigo acreditar que um arbitro entre em campo mal intencionado. Torço pela beleza do futebol.

 

Infelizmente uma frase que li há uns 5 anos atrás, de um ex arbitro da década de 70/80 o qual não me recordo o nome, ainda soa em minha mente. Dizia ele: “entrei no futebol limpo e pobre, sai rico e sujo”. O futebol está muito nivelado e a arbitragem cada vez mais decisiva.

 

Ou estou perdendo o resto da minha inocência ou terei que colocar em meus jogos de botão um botão a mais, o do árbitro.