No futebol atual onde o valor das luvas, ganho em transações e a sedução dos dólares e euros movimenta o mercado a criação de raizes com um time se torna cada vez mais rara. Porém hoje possuímos no futebol brasileiro duas estrelas de rara grandeza, e ambas na mesma posição, goleiro.
Certamente o assédio aos goleiros é infinitamente inferior ao de qualquer outra posição em campo o que possibilitou estes criarem uma história dentro do clube. Mas com total certeza há algo maior que os simples anos vestindo a mesma camisa que criou o mito.
Rogério Ceni e Marcos já receberam assédio do exterior, cresceram no clube, são líderes e exemplos de vencedores, tem identificação com a torcida e amor a camisa que vestem, chegaram a seleção brasileira, participaram dos maiores títulos de seus clubes e por inúmeras vezes garantiram uma feliz segunda-feira aos torcedores apaixonados.
A safra de goleiros é invejável. Bruno do Flamengo, Diego, ex Atlético MG, Felipe do Corinthians e Diego Cavalieri do Palmeiras foram um quarteto de goleiros de altissíma qualidade. E numa época em que são poucas as notícias realmente relevantes levando ao drible da foca participar das discussões futebolísticas por mais de uma semana algo que foi falado foi a volta de Marcos aos gramados.
No intuito de criar notícia muito se falou que o titular atual, Diego Cavalieri, teria a sombra de Marcos no banco. Mas é bem nesse momento que se mostra o grande ídolo e na verdade mais que isso, o grande ser humano. Marcos não é sombra para Diego, é luz.
Sua volta aos gramados após uma fratura no braço e meses de recuperação é motivo de alegria a todos que torcem por ele. Sua simplicidade e simpatia impares conquistam até os adversários.
Marcos tem noção das suas atuais limitações, e respeito e admiração pelo novo titular. Como grande ídolo, campeão mundial e grandiosa história poderia exigir seu retorno ao gol mas como pessoa humildade, que o torna grande não somente como campeão mas como ser humano achou justo, sadio e correto ficar na reserva e ajudar ao máximo o seu futuro no gol palmeirense e se possível seleção brasileira, Diego Cavalieri.
Um senso coletivo invejável para os dias atuais. Plagiando o poeta “se todos fossem iguais a você, que maravilha viver”.
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