A relação entre o Boca e aquele time de senhores que encontramos por ai

Em algumas vezes que joguei por ai acabei jogando em um time jovem contra um adversário formado por jogadores mais velhos, alguns já com sua barriga de senhor e alguns cabelos brancos. Antes do jogo começar fica a impressão que será um jogo fácil, onde a vitalidade irá suplantar facilmente qualquer qualidade existente no adversário. Mas ali entre eles existe um senhor um tanto lento, mas que em um lance e outro dá um chute perigoso, um passe milimétrico e um drible que deixa qualquer jovem rápido e habilidoso de queixo caído. Eles não correm muito, mas ocupam os espaços com uma facilidade surpreendente. Usualmente meu time é melhor, corre mais, busca mais, divide bola mas então surge o primeiro gol. Em um contra ataque em bloco, meu time que já tinha chutado diversas vezes em gol, perde a bola e este senhor habilidoso deixa seu companheiro na cara do gol. Mas tudo bem, é só 1 x 0 para o adversário. E o jogo se mantém semelhante, meu time totalmente voluntarioso mas sem produzir nada de especial até que sai o segundo gol, chute de longe, 2 x 0.
E para acabar com nossa jovial esperança, num lance isolado esse time de senhores, num ataque que parecia lento, toca a bola e arranja um gol chorado. E assim acaba o jogo, meu time perdeu.
Depois do jogo eu e meus amigos sentamos para entender o que acabou de acontecer. Porque deixamos o senhor habilidoso livre? Porque simplesmente não fomos mais inteligentes ao invés de somente voluntariosos?
Pode parecer um tanto distante a comparação, mas foi assim que vi o Boca na quarta-feira passada e no jogo de hoje. Aparentemente lento porque não precisou correr. E assim, numa falsa lentidão e com este "senhor lento" e habilidoso, e o pior, por muitas vezes livre construiu seu resultado.
Não faltou mérito ao Grêmio, faltou na verdade perspicácia para entender rapidamente que do outro lado do campo estava o Boca, um time que por vezes parece lento mas mesmo assim faz os outros correrem atrás.