terça-feira, 7 de agosto de 2007

O poder da palavra

Diz-se que há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.

 

O que está em alta no momento é a palavra pronunciada. Palavras pronunciadas por Muricy Ramalho, Renato Gaúcho e Joel Santana.

 

Muricy criticou a absolvição de Dodô e o STJD. Como cidadão comum ele possui o total direito de se pronunciar, como técnico soa tendencioso e segundo o STJD desmoraliza a instituição. Para mim o que não volta atrás nesse caso é a oportunidade de calar-se.

 

Renato Gaúcho criticou a arbitragem. Como torcedor ele possui total direito de criticá-la, como técnico pode apontar os erros mas não dizer que foi roubado. Uma questão simples de semântica mas que causou furor e o tornou passível de julgamento. Que o nível da arbitragem está fraco é inegável, mas assinalar como roubo associa a arbitragem atual aos tempos de Edilson Pereira de Carvalho. Mas realmente dá para acreditar que os tempos são outros? A flechada foi certeira e neste caso o lesado será julgado.

 

“Se fizer gracinha dá porrada”. Por essas palavras pronunciadas Joel Santana está passivel de punição. Até o atual momento não consigo imaginar em campo 11 monges indiferentes ao menosprezo e humilhação. Sendo o futebol um esporte de disputa ferrenha em que uma equipe busca ser superior a outra não consigo imaginar como um time derrotado pode ser totalmente indiferente a derrota acompanhada de escárnio e demonstrações de superioridade do vencedor (não estou dizendo que foi isso que aconteceu). Joel Santana não gostou da possibilidade de ser zombado e pronunciou infelizes palavras, das quais não há como voltar atrás.

 

Os três serão julgados por suas palavras, não me ponho a julgá-los pois não conseguirei não ser tendencioso.

 

Só sei que tudo isso me fez lembrar das palavras de minha finada avó. “A língua não tem osso”.

 

 

Nenhum comentário: